sábado, 25 de junho de 2011

O sistema teológico neopentecostal de proposta de salvação e seu apoio idelógico

(Parte de minha dissertação de Mestrado em Teologia sob o título: A Teologia do Movimento Neopentecostal: A fé e o milagre como processos hermenêuticos para promoção de convicção)
                       
      Uma marca muito forte do neopentecostalismo é a prevalência dos sinais sobre a essência. Neste particular, o neopentecostalismo apela para o irracionalismo filosófico e seus pregadores desconsideram condições intelectuais melhores, desdenhando, inclusive, dos pregadores mais bem preparados. Explorando a essencialidade, o neopentecostalismo se inclina para uma performance mercadológica com uma proposta peculiar de oferta de bens salvíficos. Sobre esta questão das “ofertas neopentecostais”, apresento as considerações do professor João Décio Passos (Professor da Pós-graduação em Ciências da Religião a PUC), que entendo ser importante:

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Economoteologia Neopentecostal

      A Teologia neopentecostal, em função de sua dinâmica social de envolvimento do fiel aos pressupostos do movimento, bem como as suas pretensões de lucratividade simbólica, numa relação direta com a ideologia capitalista e neoliberal, pode ser definida como uma economoteologia, ou seja, uma economia teológica . A fé e o milagre, enquanto elementos aplicados ao meio litúrgico neopentecostal, servem em primeira instância para objetivar resultados conceituais de prosperidade que envolve, não mais subjetivamente, questões financeiras como sendo a resposta imediata da relação de compromisso da divindade com o investimento de fé que o fiel desenvolve com a instituição, fonte fundamental e representativa da atuação da força divina, para um melhor desempenho sócio-financeiro do devoto na sociedade de consumo. O dinheiro, símbolo de uma religiosidade sadia na retórica teológica neopentecostal, é o objetivo necessariamente final, pois em função de sua simbologia sagrada e de sua intercambialidade, assume o papel de elemento conclusivo da relação entre Deus e o seguidor do Movimento Neopentecostal. De forma que há uma construção teológica da relação do fiel com o sagrado que justifica a atitude da comunidade e impulsiona o devoto a um comportamento condicionado, que o leva a um investimento sem consequências e sem crise de consciência, definida pela articulação: fé, milagre e dinheiro. É fundamental que a articulação ocorra nesta ordem e não seja desarticulada, pois funciona como uma corrente subliminar imperceptível ao fiel em função de suas necessidades e de seu envolvimento emocional como as premissas teológicas neopentecostais aplicadas na liturgia cotidiana.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Família reformada sempre reformando

A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão iniciado no século XVI por Martinho Lutero (1483-1546), que, através da publicação de suas 95 teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco solas (Somente a fé; somente a escritura; somente Cristo; somente a graça e glória somente a Deus). Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, e estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento (1545-1563). O resultado da Reforma Protestante foi à divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o Protestantismo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Teologia e Ecumenismo: Uma Reflexão

Gostaria de começar este meu artigo esclarecendo algo muito importante para os estudantes de teologia: A teologia possui duas dimensões que a caracterizam exclusivamente, quais sejam, a dimensão científica e a dimensão reflexiva. Como ciência ela é totalmente experiencial, tem em Deus seu objeto de pesquisa, na igreja seu laboratório e na fé seu elemento de relação com seu objeto; como reflexão, a teologia é imparcial e se utiliza da razão para pensar o sagrado e sua relação com o não sagrado. De forma que, a teologia que faço, não é pretensiosamente doutrinária ou denominacional, mas científica e reflexiva. Desta maneira, como pesquisador da teologia, e em função das características apresentadas, vejo ser possível pensar teologicamente sobre quaisquer assuntos, inclusive sobre o ecumenismo, como categoria religiosa. Logo meu texto não tem a pretensão de reprovar ou defender o ecumenismo, mas de trazer informações que possam contribuir para uma reflexão crítica desse fenômeno religioso. Então, vamos ao texto!