sexta-feira, 18 de novembro de 2011

COMUNIDADE DO AMOR NO ESPÍRITO

“Epafras nos declarou também vosso amor no Espírito” (Col. 1: 7 e 8)
Podemos definir uma comunidade com sendo um grupo de pessoas que se organizam sob o mesmo conjunto de normas, geralmente vivem no mesmo local, sob o mesmo governo ou compartilham do mesmo legado cultural e histórico. Sendo assim podemos classificar a igreja como uma comunidade. A pergunta que precisamos fazer é: Como igreja de Cristo, o que realmente temos em comum? O apóstolo Paulo parece que nos deu a resposta quando escreveu aos irmãos que se reuniam na cidade de Éfeso: “Há um só corpo e um só Espírito, como também fostes chamados em uma só esperança da vossa vocação.” (Ef. 4:4). Então, se há somente um Espírito e se este Espírito é comum à igreja, concluímos que há somente uma forma de nos envolvermos com o próximo, e esta não pode ser outra além do amor no Espírito. Ao que tudo indica, nossos irmãos da cidade de Colossos entenderam essa dinâmica da relação da igreja com o Espírito Santo bem como o resultado dessa união. Porém, há outra questão que se apresenta: Quais são as características desse amor no Espírito? Ele não pode ser um sentimento romântico, produto de um relacionamento efêmero que pode gerar frustrações quando da não correspondência, não pode ser a manifestação do senso de propriedade das pessoas, pois isto está na base do utilitarismo do indivíduo e também não pode ser o interesse por construir aproximações em nome das afinidades. Sendo assim, entendemos que o ato declarativo do amor no Espírito se manifesta em benignidade, humildade, decência no relacionamento, preocupação com o próximo, paciência, pensar sempre bem a respeito do outro, na verdade e na justiça, na capacidade de acreditar no potencial do outro mesmo que ele não se mostre melhor do que eu e na condição de suportar o irmão, pois o que ele é tem muito mais valor do que aquilo que ele faz (I Cor. 13). O amor no Espírito leva a comunidade a viver respeitosa e justamente em função do semelhante e na construção de uma sociedade mais justa. Leva ao cuidado mútuo, pois uma comunidade que chega junto é antes de qualquer coisa uma comunidade que ama junto no Espírito.
Deus abençoe sua vida.
Pr. Eduardo Gomes

quarta-feira, 20 de julho de 2011

O LIVRO QUE EU LI

Texto do boletim do culto da família quarta feira dia 20 de julho de 2011
"Que nunca o livro fique longe de tua mão e de teus olhos." (São Jerônimo)
     Tenho gasto minha vida em leituras diversas. Ler é um dos meus prazeres favoritos. As vezes chego a pensar que leio compulsivamente. Mas não tem problema, ler é sempre uma coisa maravilhosa. Mas de todos os livros que tenho lido, um tem me chamado a atenção pela sua capacidade de tocar a alma do ser humano e fazê-lo capaz de sentir a necessidade de buscar uma vida melhor. Não sei se pelo fato dele conter ensinamentos milenarmente atuais de homens cujas existências, ainda que normal, foram vividas de forma excepcional, ou se pela sua origem sublime, só sei que o livro que eu li é capaz de mudar o mundo.
     Frases como: "Aceita o conselho dos outros, mas nunca desistas da tua própria opinião." (William Shakespeare), eternizadas na história da literatura, ainda que belas não podem ser comparadas com a profundidade de ensinamentos como: “O caminho do insensato é reto aos seus próprios olhos, mas o que dá ouvidos ao conselho é sábio” (Salomão). E ainda: "A alegria evita mil males e prolonga a vida." (William Shakespeare), mesmo que sugestiva não equivale comparativamente às expressões terapêuticas de Davi: “Faze-me ouvir júbilo e alegria, para que gozem os ossos que me foram quebrados”.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

ESPIRITUALIDADE NA FAMÍLIA. Uma visão teológica do assunto

A temática “espiritualidade” abre um leque de interpretações e sentidos. Na cultura moderna o termo se tornou vago e abstrato. No que se refere ao universo da teologia cristã, o tema em primeira instância, nos arremete ao nosso relacionamento com Deus, conosco e com o próximo. Conforme o pastor e escritor Ricardo Barbosa [1] não se pode entender espiritualidade sem a compreensão do que seja subjetividade e pós-modernidade, para ele, há uma conexão neste tripé: espiritualidade, subjetividade e pós-modernidade. É dentro deste contexto que devemos pensar o tema da espiritualidade, afirma o autor. Falar sobre espiritualidade seja em qual for a dimensão, é abordar um dos grandes temas da agenda religiosa do século XXI. Hoje se fala em espiritualidade nas empresas, nos negócios, nas organizações, no mundo esportivo, etc. o tema Permeia todos os encontros, debates e discussões tanto no universo evangélico quanto no âmbito econômico, político, empresarial.
Na avaliação de Ricardo Babosa, os movimentos hippie e feminista no mundo, a queda dos muros de Berlim, a preocupação do mundo com o tema da ecologia, e a proliferação dos livros de autoajuda, constituem manifestações de protestos do espírito humano que anela por uma realidade mais profunda que a leitura superficial do racionalismo impessoal. Soma-se a esta lista ainda o fenômeno da renovação carismática no seio da igreja Católica, a explosão do neopentecostalíssimo bem como do movimento gospel e os avanços tecnológicos nos campos da comunicação, informática e da genética.

Religião

Religião é um conjunto de crenças sobre as causas, natureza e finalidade da vida e do universo, especialmente quando considerada como a criação de um agente sobrenatural ou a relação dos seres humanos ao que eles consideram como santo, sagrado, espiritual ou divino. Muitas religiões têm narrativas, símbolos, tradições e histórias sagradas que se destinam a dar sentido à vida. Elas tendem a derivar em moralidade, ética, leis religiosas ou em um estilo de vida preferido de suas idéias sobre o cosmos e a natureza humana.
A palavra religião é por vezes usado como sinônimo de fé ou crença, mas a religião difere da crença pessoal na medida em que tem um aspecto público. A maioria das religiões têm comportamentos organizados, incluindo as congregações para a oração, hierarquia sacerdotal, lugares sagrados, e escrituras.
Acadêmicos que estudam o assunto tem dividido as religiões em três categorias amplas: religiões mundiais, um termo que se refere à crenças transculturais e internacionais, religiões indígenas, que se refere a grupos religiosos menores e específicos de uma determinada cultura, e os novos movimentos religiosos, que se referem a crenças recentemente desenvolvidas.

sábado, 25 de junho de 2011

O sistema teológico neopentecostal de proposta de salvação e seu apoio idelógico

(Parte de minha dissertação de Mestrado em Teologia sob o título: A Teologia do Movimento Neopentecostal: A fé e o milagre como processos hermenêuticos para promoção de convicção)
                       
      Uma marca muito forte do neopentecostalismo é a prevalência dos sinais sobre a essência. Neste particular, o neopentecostalismo apela para o irracionalismo filosófico e seus pregadores desconsideram condições intelectuais melhores, desdenhando, inclusive, dos pregadores mais bem preparados. Explorando a essencialidade, o neopentecostalismo se inclina para uma performance mercadológica com uma proposta peculiar de oferta de bens salvíficos. Sobre esta questão das “ofertas neopentecostais”, apresento as considerações do professor João Décio Passos (Professor da Pós-graduação em Ciências da Religião a PUC), que entendo ser importante:

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A Economoteologia Neopentecostal

      A Teologia neopentecostal, em função de sua dinâmica social de envolvimento do fiel aos pressupostos do movimento, bem como as suas pretensões de lucratividade simbólica, numa relação direta com a ideologia capitalista e neoliberal, pode ser definida como uma economoteologia, ou seja, uma economia teológica . A fé e o milagre, enquanto elementos aplicados ao meio litúrgico neopentecostal, servem em primeira instância para objetivar resultados conceituais de prosperidade que envolve, não mais subjetivamente, questões financeiras como sendo a resposta imediata da relação de compromisso da divindade com o investimento de fé que o fiel desenvolve com a instituição, fonte fundamental e representativa da atuação da força divina, para um melhor desempenho sócio-financeiro do devoto na sociedade de consumo. O dinheiro, símbolo de uma religiosidade sadia na retórica teológica neopentecostal, é o objetivo necessariamente final, pois em função de sua simbologia sagrada e de sua intercambialidade, assume o papel de elemento conclusivo da relação entre Deus e o seguidor do Movimento Neopentecostal. De forma que há uma construção teológica da relação do fiel com o sagrado que justifica a atitude da comunidade e impulsiona o devoto a um comportamento condicionado, que o leva a um investimento sem consequências e sem crise de consciência, definida pela articulação: fé, milagre e dinheiro. É fundamental que a articulação ocorra nesta ordem e não seja desarticulada, pois funciona como uma corrente subliminar imperceptível ao fiel em função de suas necessidades e de seu envolvimento emocional como as premissas teológicas neopentecostais aplicadas na liturgia cotidiana.

terça-feira, 14 de junho de 2011

Família reformada sempre reformando

A Reforma Protestante foi um movimento reformista cristão iniciado no século XVI por Martinho Lutero (1483-1546), que, através da publicação de suas 95 teses, protestou contra diversos pontos da doutrina da Igreja Católica, propondo uma reforma no catolicismo. Os princípios fundamentais da Reforma Protestante são conhecidos como os Cinco solas (Somente a fé; somente a escritura; somente Cristo; somente a graça e glória somente a Deus). Lutero foi apoiado por vários religiosos e governantes europeus provocando uma revolução religiosa, iniciada na Alemanha, e estendendo-se pela Suíça, França, Países Baixos, Reino Unido, Escandinávia e algumas partes do Leste europeu, principalmente os Países Bálticos e a Hungria. A resposta da Igreja Católica Romana foi o movimento conhecido como Contra-Reforma ou Reforma Católica, iniciada no Concílio de Trento (1545-1563). O resultado da Reforma Protestante foi à divisão da chamada Igreja do Ocidente entre os católicos romanos e os reformados ou protestantes, originando o Protestantismo.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Teologia e Ecumenismo: Uma Reflexão

Gostaria de começar este meu artigo esclarecendo algo muito importante para os estudantes de teologia: A teologia possui duas dimensões que a caracterizam exclusivamente, quais sejam, a dimensão científica e a dimensão reflexiva. Como ciência ela é totalmente experiencial, tem em Deus seu objeto de pesquisa, na igreja seu laboratório e na fé seu elemento de relação com seu objeto; como reflexão, a teologia é imparcial e se utiliza da razão para pensar o sagrado e sua relação com o não sagrado. De forma que, a teologia que faço, não é pretensiosamente doutrinária ou denominacional, mas científica e reflexiva. Desta maneira, como pesquisador da teologia, e em função das características apresentadas, vejo ser possível pensar teologicamente sobre quaisquer assuntos, inclusive sobre o ecumenismo, como categoria religiosa. Logo meu texto não tem a pretensão de reprovar ou defender o ecumenismo, mas de trazer informações que possam contribuir para uma reflexão crítica desse fenômeno religioso. Então, vamos ao texto!

sábado, 21 de maio de 2011

Cristianismo

“A presença efetiva da Igreja no mundo é diretamente proporcional à presença de Deus em nós. Avivamento é Deus presente, reconhecido e obedecido. E tudo começa com a compreensão da natureza e grandeza da redenção.”

“A oração é a convergência do Todo-Poderoso com a nossa condição de todo-necessidade.”

“Jesus é o Senhor! Esta é a síntese do cristianismo. O mais santo dos homens ou mulheres que existe, ou já existiu, só é essencialmente diferente do pior dos homens, na humildade de ser dEle; de ser nEle; de ser para Ele. O pastor no púlpito, falando a Deus ou de Deus, sem reconhecer que Cristo é o Senhor, não é diferente de demônio algum na natureza do mal, a superlativa presunção de subsistir sem Deus, mas só na extensão do mal no ser.”

“Deus é definitivamente soberano. Ele está reinando agora. Podemos deixar de fazer o que Ele manda, mas não podemos deixar de fazer o que Ele quer (...). Santo Agostinho disse que alguns homens têm bons desejos que não estão de acordo com a vontade de Deus. E que outros homens têm maus desejos que coincidem com a vontade de Deus. Por exemplo, disse santo Agostinho, um bom filho pode desejar bondosamente que o pai viva, quando a vontade de Deus é que o pai dele morra. E um mau filho pode desejar maldosamente que seu próprio pai morra, quando a vontade de Deus é também que tal homem morra. E mesmo assim o filho piedoso agrada a Deus ao desejar aquilo que não é da vontade de Deus; e o filho ímpio desagrada a Deus ao desejar aquilo que é da vontade dEle.”
Citações de Segisfredo Wanderley (precioso amigo) em seu livro
“Cristianismo Diabólico: Sem Cristo, Sem Cruz, Sem Santificação.”

terça-feira, 17 de maio de 2011

A Relevância da Teologia Na Formação Ministerial

Palestra realizada por ocasião da formatura da turma
de Bacharel em Teologia do Seminário Teológico Betel Brasileiro
Niterói, Agosto de 2010

                 Estimados irmãos em Cristo Jesus,
                Senhora diretora do Seminário Teológico Betel Brasileiro irmã Maria Nazaré Menezes; senhora coordenadora pedagógica do Betel Brasileiro, irmã Marly Santana Moraes; demais autoridades religiosas presentes; estimados colegas da gestão do Betel; meus igualmente, estimados amigos de magistério; preciosos alunos formandos, por quem tenho nutrido profundo respeito e carinho, quero lhes informar que me sinto honrado em poder fazer parte deste momento histórico da formação teológica de cada um de vocês e, clamo ao Senhor nosso Deus, que Ele lhes conceda a bênção da paixão ministerial como ponto de partida para a concretização dos  propósitos divinos para a vida de cada um de vocês.
                Digo ponto de partida, pois entendo que ministério, na dinâmica do Reino de Deus, não é um fim em si mesmo, mas um meio para o conhecimento e desenvolvimento da vontade de Deus para a humanidade através da instrumentalidade dos santos que somos todos nós (nós vivemos objetivando cumprir à Sua santa vontade). Sendo assim, é óbvio que a formação acadêmica traz um paralelo de relevância considerável à formação ética e espiritual daqueles que se propõem a conhecer a santa doutrina de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo para o exercício de suas vocações.

A igreja

A igreja é a presença contínua de Cristo no mundo, ou, como prefere dizer Bonhoeffer: A igreja é Cristo existindo como comunidade.

De acordo com Karl Barth: Uma igreja que conheça sua missão não quererá nem poderá, em nenhuma de suas funções, insistir em ser igreja por amor de si mesma.

É importante dizer que o compromisso da igreja é com esta vida, colaborando com Deus na construção e transformação deste mundo.

Citações de Harold Segura Carmona, teólogo colombiano
em seu livro"Para Que Serve a Espiritualidade?"

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Por Uma Teologia Consciente de Si Mesma

Palestra realizada na semana teológica
do Seminário Teológico Betel Brasileiro
Niteroi

7 a 10 de fevereiro/2011

Teologia: Para que serve?
Teologia consciente de si mesma; de seu papel na cultura religiosa; de sua relevância na sociedade pós-moderna. Como estabelecer a relação entre a consciência teológica e uma teologia consciente? Como estabelecer a relação entre a teologia e a cultura pós-moderna?
Estes passam a ser nosso desafio neste seminário a partir de agora.
Acredito que podemos iniciar nossa reflexão analisando o que seja a teologia e o que seja a consciência para depois estabelecer a relação entre ambas, nas perspectivas anteriormente mencionadas. Vejamos.